sábado, 1 de maio de 2010

Jogar para ganhar, perder para aprender.

Como se fosse hoje, ainda lembro de ter me preparado para a primeira corrida. Era bem mais jovem, não tinha experiência nem técnica, apenas muita força de vontade para chegar em primeiro lugar e conquistar o tão sonhado pódio. Pódio? E os outros pilotos? Bem, talvez mais velhos, mas certamente mais experientes e preparados do que eu. Apenas cinco minutos... que desastre! Esse foi o primeiro episódio dos muitos que se seguiram após ganhar meu primeiro videogame: um Atari! Na época o aparelho era sofisticado, moderno, possuía uma enorme variedade de jogos que seduziam todos os gostos. Até mesmo os dos adultos!

O episódio, na ocasião, se passava com meu game preferido, o Enduro. Um simples jogo de corrida de Fórmula1. Desenvolvido pela Activision, consistia em uma corrida cujo objetivo não era chegar em primeiro, mas ultrapassar os carros na pista durante o maior tempo possível, obtendo assim, cada vez mais pontos.
O nível de dificuldade era representado pelo aumento da velocidade dos carros de acordo com o tempo de permanência nela, ou seja, quanto maior melhor devia ser a habilidade do piloto. Os obstáculos eram muitos, desde curvas fechadas e neblinas que dificultavam a visibilidade até a aglomeração de carros bloqueando a passagem. Depois, ainda nesta geração de games, apreciei muitos outros como Pac-Man, River-Raid, Asteroids, etc...



Para fazer este post pesquisei na internet um pouco sobre games, desde sua origem nos anos 70 até a atualidade. Descobri que estou anos luz ainda na antiguidade. Após alguns instantes de leitura, chamou minha atenção a extraordinária evolução ocorrida na última década. Não somente se tratando dos recursos gráficos que possibilitaram o realismo, mas as inovações que estão entre a possibilidade de jogar on-line com outras pessoas em divesos lugares do mundo aos mundos virtuais que surgiram, como o Second Life. Quanto aos gêneros dos games, muitos são alvo de fortes críticas e sensura devido a violência que implica, já outros em que o limite é a imaginação são até divertidos, como The Sims da EA Games.



Enquanto a revolução dos games acontece, voltarei no tempo quatro anos, quando passei por uma experiência interessante - após comprar meu Playstation2 - que jamais pensei poderia influenciar na minha vida real. Logo que adquiri o console ainda não tinha comprado nenhum jogo, mas estava matutando a escolha de um bom. A fim de usufruir do passatempo durante minhas férias, que começava na segunda quinzena do mês de abril, encontrei um jogo de tiro em primeira pessoa chamado Black que foi criado pelo studio Criterion. Por sua simplicidade e fácil jogabilidade o escolhi. Não vou dizer em detalhes como é o jogo, mas deixo no final do post alguns links, quem se interessar poderá conhecê-lo. Comecei a jogar. Uma fase após a outra. A princípio nada de especial, apenas a boa pontaria era necessária para prosseguir. Ao chegar no final do game pela primeira vez, após passado as longas e contáveis oito fases, fiquei muito feliz e decidi recomeçar, agora em um nível mais difícil (no total são 4 níveis). Estava bastante empolgado para não me preocupar tanto, convicto de que seria mais uma vitória trânquila. Estava enganado. O segundo nível foi mais difícil e com muito mais objetivos a serem alcançados, sem falar dos adversários que se movimentavam mais rápido do que antes e muitos tinham até escudos blindados, enquanto eu - o jogador - estava desprovido de munição e vida extra. O que era brincadeira torno-se uma desafiante aventura ao longo de trinta dias - em média 10 horas por dia - até que todas as fases em todos os níveis conduzissem a vitória. Glorioso, aprendi então um "segredo" para vencer no game, e confesso, é um tanto quanto contraditório à propaganda: ESTRATÉGIA. Mas a propaganda diz que "estratégia" não é foco do jogo, então como é possível ganhá-lo? Por experiência própria digo que não se ganha, se for assim você (jogador) fica sem munição, sem vida extra e totalmente exposto aos inimigos, até a morte. Simplesmente isso.



Agora desligando o videogame, guardando o cd e voltando para a realidade, o que aprendi mesmo é que não importa a quantidade de munição, de vida extra ou habilidades, se não utilizados correta e estrategicamente serão desperdiçados, e de nada irá valer todo o esforço, exceto pelo fato de que servirá apenas para carregar pesos extras rumo ao eminente fracasso. E o inimigo? O inimigo continuará a espreita e cada vez sorrindo mais na certeza de que será vitorioso...

Passado o furor da batalha, mudo de jogo pra descontrair. Agora o MotoGP. Fantástico! Nada de efeitos especiais, nem poderes ou mesmo códigos secretos que facilitam a vitória. Apenas habilidade e técnica são o suficiente para correr 21 voltas em algum circuito, qualquer que seja, ter o prazer de ser o primeiro com a diferença de alguns poucos milésimos de segundo do segundo colocado e a frustração de não chegar a lugar algum. Satisfeito, desligo o console e guardo o cd, volto a realidade, pego uma moto de verdade e saio. Curto um quilometro de cada vez - afinal a vida é bela - até inconscientemente chegar ao videogame.

2 comentários:

  1. Oi turma! Conheço pouco sobre jogos, na verdade não tenho muita paciência, e sempre fico nervosa quando perco. Este blog vai me ajudar, sei que os jogos trazem novidades tecnologicas e efeitos interessantes... isto me interessa.

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  2. Ai que saudades dos joguinhos Pac-Man, River-Raid e outros - o bom e velho Atari! hehe

    O visual do blog está muito legal! Congratulations!

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